sábado, 12 de janeiro de 2013

Desestações


(14 de Setembro de 2010)

Acabei com a primavera
Indo para o inverno direto,
Destruindo o que de concreto,
Não sendo mais o que era,
Ainda restava sob um teto.
Apenas um gesto discreto
Pôs fim a uma eterna espera.

O inverno há de ser passageiro
Para chegar logo ao verão,
Onde se aquece a emoção,
Sem deixar de passar primeiro
Pelo outono na contramão,
Para atrasar o coração
De conquistar-se por inteiro.

A destruição é necessária
Para melhor se construir.
Mas se vir o que está por vir,
Passará à vontade primária
O eternizar sem mais desistir,
Podendo também cair
Numa cilada imaginária.

Segue a vida com seu plano.
O feito não é a fazer.
E se havia algo a temer
Não adianta cobrir com pano.
Sem medo se deve viver.
Desfiando para tecer,
Trocando as estações do ano.

*.*

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