segunda-feira, 7 de janeiro de 2013
Número do Tolo
(11 de Setembro de 2010)
Olho disperso sem nada para olhar.
Tudo é vazio no meu mundo.
Só vejo você no que vejo.
Vago perdido, sem chão, sem mar.
Sinto um ano em um segundo,
Sinto por viver e ter desejo.
Que bobo da corte sem graça,
Sem chances a competir em vão,
Desprovido de um bom senso comum.
Crendo que o futuro que traça
Justifica em grande estilo o coração,
Lutando pra não ser mais um.
Prossiga firme em sua cena aberta.
Que as luzes fora de foco
Cortem um dedo do ausente cenário.
E entrando em estado de alerta,
Indagando se toco ou não toco,
Manda a calada mão ao imaginário.
Mas de que importa sua atuação?
Plateia vazia não enche o saco.
Só dois olhos tão pouco choram.
Já que se deve alguma razão,
Há de encontrar no Deus Baco.
Onde Diabos que eles não moram?
É o coração que grita desesperado:
“Eu disse antes o que interessa!
Quero ver até que ponto vai!”
Desse outro o que era esperado,
Um choro de lavar sem pressa
Na dúvida se cai não cai.
Contadas palavras hão de cantar números,
Que à aparente peça dão sentidos
Sem festa, convidado, presente ou bolo.
Sentidos que de eternos são efêmeros,
Tanto que como todos os partidos
Termina seu grande número do Tolo.
=O
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